22 de maio de 2010

Moleza na área...

Crescer para cima

“Íamos subindo, e de socalco em socalco os jardins mudavam de fisionomia. Alguns tinham a forma de labirinto, outros a figura de um emblema, mas só se podia ver o desenho dos socalcos inferiores a partir dos socalcos superiores, de modo que descobri do alto a forma de uma coroa e muitas outras simetrias que não tinha conseguido notar ao percorrê-las, e que de qualquer maneira eu não sabia decifrar. Cada socalco, visto por quem se movia nele por entre as sebes, por efeito de perspectiva mostrava algumas imagens mas, visto novamente do socalco superior, fornecia novas revelações, possivelmente até de sentido oposto – e cada degrau daquela escada falava assim duas línguas diferentes no mesmo momento.”

O Pêndulo de Foucault, Umberto Eco

17 de maio de 2010

Paris



















Círculos



Já tinha ouvido este álbum dezenas de vezes, mas ainda não tinha visto o filme todo com atenção. Vi-o antes de partir para Paris, onde mais uma vez fui encontrar-me com a música dos Wovenhand ao vivo, aproveitando a desculpa para visitar uma grande, grande amiga e, claro, a cidade. E é curioso como os círculos que se fecham me trouxeram de volta a esta experiência, com as hordas motorizadas em formigueiro de gigantes a rolar pelo asfalto e os arcos de hula hoop a percorrer os corpos das heroínas do filme. Quando viajo em busca destes senhores, onde quer que vá, encontro-me muito mais inteira e regresso cheia de uma harmonia nova e circular, de uma sensação de completude lógica, saída das entranhas da esfera maior de todas. Agora tento chegar a casa. Tento regressar, perceber o que fazer com tudo o que ganho. E ganho finalmente coragem para ouvir as músicas novas que trouxe na bagagem. Deixo-me esmagar até à próxima peregrinação.

5 de maio de 2010

Radios play nothing whens she's far away

Curtia bué que a minha vida fosse um bocado mais sónica.