22 de maio de 2010

Crescer para cima

“Íamos subindo, e de socalco em socalco os jardins mudavam de fisionomia. Alguns tinham a forma de labirinto, outros a figura de um emblema, mas só se podia ver o desenho dos socalcos inferiores a partir dos socalcos superiores, de modo que descobri do alto a forma de uma coroa e muitas outras simetrias que não tinha conseguido notar ao percorrê-las, e que de qualquer maneira eu não sabia decifrar. Cada socalco, visto por quem se movia nele por entre as sebes, por efeito de perspectiva mostrava algumas imagens mas, visto novamente do socalco superior, fornecia novas revelações, possivelmente até de sentido oposto – e cada degrau daquela escada falava assim duas línguas diferentes no mesmo momento.”

O Pêndulo de Foucault, Umberto Eco

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