5 de janeiro de 2010

Tecituras




Há já algum tempo que me apetecia tricotar. Gostava de fazer um cachecol colorido, daqueles muito básicos, lã grossa, risca verde, risca amarela, risca vermelha, risca azul. Quando numa ida a uma loja de chineses vi meadas de lã alinhadinhas nas prateleiras a meia dúzia de cêntimos, fiquei ainda com mais vontade. No Natal, entre outras coisas, aproveitei para pedir à minha mãe que me relembrasse umas quantas coisas básicas e me emprestasse agulhas de tricotar. Das grossas! E desde então estou viciada no tricot e no cachecol que vejo crescer-me dos novelos e dos dedos com entusiasmo. Parece que tenho um jogo novo qualquer. Como quando fiz um puzzle de três mil peças e todos os dias pensava em vir para casa a correr para fazer mais um bocadinho. Mas como os jogos que viciam, a coisa entrou-me num destes dias pelo sono adentro quando estava ainda naquela vigília entorpecida do adormecer em que as coisas são sonhos e são coisas e se mistura tudo. Comecei a pensar num texto para escrever e estava a ditá-lo a mim própria para não me esquecer dele e de repente já estava a escrevê-lo aqui mas escrevê-lo era tricotá-lo nas minhas lãs coloridas e eu via o cachecol de ideias a crescer no ecrã do computador à medida que ia escrevendo. Lembrei-me de quando era pequena, jogava horas e horas de tetris e quando ia deitar-me fechava os olhos e adormecia a ver peças coloridas a cairem cada vez mais depressa pelo meu sono abaixo.

1 comentário:

Tita Xana disse...

epa! isso também me acontece! as vezes que já sonhei com o minesweeper, o mahjong e com jogos de cartas!!! E com escrever textos na cabeça! é bom saber que não sou só eu :PP

beijinhos!