para a Joana e para a Tânia
A terra tem muitas cores. Esta que agora vejo é vermelha, pontilhada nas encostas pelo verde das copas das árvores. Erguendo os olhos, esmaga-me o azul profundo do céu. Ao longe, no horizonte, o mar ainda ondula, azul escuro, a acenar-me adeus, orlado do mesmo branco dos dois ou três flocos de nuvens que pairam sobre a terra. Os meus olhos podem ver tudo isto, o que só pode ser uma bênção. Como são abençoados os pássaros que rasgam o horizonte à minha frente, entre o mar e a terra, espalhando vida pelo ar. Embalam-me os acordes de uma guitarra inspirada por Deus. A Sua graça não podia deixar de me acompanhar agora. Gostava que pudesse acompanhar-me sempre, para eu não voltar a esquecer-me de que estar vivo é esse maior dos acasos e que esse instante irrepetível tem de ser lembrado, valorizado e agradecido, todos os instantes, de forma natural e pura, como vi ontem nos olhos de um pescador. É preciso ter-se a certeza. Sempre. A salvação está mesmo aqui e agora. Não se pode esperar nada do tempo que há-de vir, nem de quem virá com o tempo. Não se pode pedir demissão disto tudo: do céu, do vento, da terra, do mar, dos pássaros que espalham vida pelo ar.
A terra tem muitas cores. Esta que agora vejo é vermelha, pontilhada nas encostas pelo verde das copas das árvores. Erguendo os olhos, esmaga-me o azul profundo do céu. Ao longe, no horizonte, o mar ainda ondula, azul escuro, a acenar-me adeus, orlado do mesmo branco dos dois ou três flocos de nuvens que pairam sobre a terra. Os meus olhos podem ver tudo isto, o que só pode ser uma bênção. Como são abençoados os pássaros que rasgam o horizonte à minha frente, entre o mar e a terra, espalhando vida pelo ar. Embalam-me os acordes de uma guitarra inspirada por Deus. A Sua graça não podia deixar de me acompanhar agora. Gostava que pudesse acompanhar-me sempre, para eu não voltar a esquecer-me de que estar vivo é esse maior dos acasos e que esse instante irrepetível tem de ser lembrado, valorizado e agradecido, todos os instantes, de forma natural e pura, como vi ontem nos olhos de um pescador. É preciso ter-se a certeza. Sempre. A salvação está mesmo aqui e agora. Não se pode esperar nada do tempo que há-de vir, nem de quem virá com o tempo. Não se pode pedir demissão disto tudo: do céu, do vento, da terra, do mar, dos pássaros que espalham vida pelo ar.
É preciso querer voltar a ver uma seara dourada pelo Sol a ondular com o vento, um pomar de árvores verdes carregadas de frutos, o azul do céu e do mar, o vermelho da terra, um sorriso sincero, um gato a espreguiçar-se, a pureza de um olhar. É preciso querer voltar a cheirar a terra molhada, o pão quente, o mar, a urze, o café acabado de fazer. É preciso querer voltar a saborear um fruto, verde ou maduro, um copo de vinho, uns lábios. É preciso querer voltar a sentir a areia entre as mãos, uma almofada macia, a casca de uma árvore, um abraço apertado, o vento na cara. É preciso querer voltar a ouvir os pássaros, o mar, o vento, as vozes de quem amamos e de outros que venham, os acordes de todas as músicas que falam connosco. É preciso acreditar. É preciso acreditar.
“Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas?
Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura?
E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles.
Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé?
Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos havemos de vestir?
(Pois a todas estas coisas os gentios procuram.) Porque vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso.
Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.”
Bíblia, Mateus 6:26
“Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas?
Ora, qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à sua estatura?
E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles.
Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé?
Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos havemos de vestir?
(Pois a todas estas coisas os gentios procuram.) Porque vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso.
Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.”
Bíblia, Mateus 6:26