Well, it's a long, long time
From May to December.
But the days grow short,
When you reach September.
And the autumn weather
Turns the leaves to gray
And I haven't got time
For the waiting game.
And the days dwindle down
To a precious few
September, November
And these few precious days
I spend with you.
These precious days
I spend with you.
15 de setembro de 2008
14 de setembro de 2008
11 de setembro de 2008
Silêncio
Silêncio. Embora adore todo o tipo de sons, esta é uma das palavras mais poderosas que conheço. Será porque a associamos à morte? Haverá mais silêncio noutro lugar que não na morte? E, no entanto, que tranquila é normalmente a face dos que já não estão no seu corpo. Podemos experimentar o silêncio à nossa volta de forma mais ou menos agradável, mas nunca com o poder com que sentirmos o nosso próprio silêncio, o que nasce cá dentro.
Lembro-me de apagar as luzes, de fechar as portas e as janelas, de ficar fechada no mofo e no escuro durante muito tempo, mas sempre houve vozes a acompanhar-me, a dar-me indicações, a guiar os meus passos trémulos pelos meus corredores. Essas vozes sempre me fizeram sentir velha por dentro, como se a minha vida tivesse muitas vidas dentro dela e assim, nesse abismo infinito, a minha história não tivesse um princípio com dia e hora marcados, ao contrário do que dizem os meus pais. E sempre aprendi, sempre cresci, mesmo quando tinha de ouvir aquelas coisas que nos magoam e nos aparecem passado muito tempo num sonho qualquer. Mas agora sinto que alguma coisa mudou. Embora haja já alguma luz a entrar, o silêncio é uma almofada gigante dentro do meu peito e eu acordo de manhã a cuspir bolas de algodão. Este silêncio só se sente quando se ouve e, por algum motivo, se fica surdo. Para sempre. É o tipo de silêncio que me afasta da realidade dos outros e me deixa descansar um bocadinho. Descansar dessas vidas todas que me envelhecem, descansar das vidas dos outros. Este silêncio é o meu Outono, é a minha morte, necessária para que haja Primavera dentro do meu peito outra vez e as vozes possam, então, não se calar.
Lembro-me de apagar as luzes, de fechar as portas e as janelas, de ficar fechada no mofo e no escuro durante muito tempo, mas sempre houve vozes a acompanhar-me, a dar-me indicações, a guiar os meus passos trémulos pelos meus corredores. Essas vozes sempre me fizeram sentir velha por dentro, como se a minha vida tivesse muitas vidas dentro dela e assim, nesse abismo infinito, a minha história não tivesse um princípio com dia e hora marcados, ao contrário do que dizem os meus pais. E sempre aprendi, sempre cresci, mesmo quando tinha de ouvir aquelas coisas que nos magoam e nos aparecem passado muito tempo num sonho qualquer. Mas agora sinto que alguma coisa mudou. Embora haja já alguma luz a entrar, o silêncio é uma almofada gigante dentro do meu peito e eu acordo de manhã a cuspir bolas de algodão. Este silêncio só se sente quando se ouve e, por algum motivo, se fica surdo. Para sempre. É o tipo de silêncio que me afasta da realidade dos outros e me deixa descansar um bocadinho. Descansar dessas vidas todas que me envelhecem, descansar das vidas dos outros. Este silêncio é o meu Outono, é a minha morte, necessária para que haja Primavera dentro do meu peito outra vez e as vozes possam, então, não se calar.
5 de setembro de 2008
4 de setembro de 2008
Salvem os macaquinhos do sótão
Nos últimos dias os macaquinhos do meu sótão têm estado meio ausentes. Passam muito tempo a ler cartas antigas, a ver filmes daqueles em Super 8, amarelos e cheios de riscos. Contam histórias uns aos outros, pensam nos tempos em que foram felizes, olham pela janela e suspiram. De vez em quando levantam-se, abrem a janela e inspiram o ar fresco para se manterem despertos para o mundo que está lá fora. Não peçam é aos macaquinhos para se concentrarem em coisas práticas do dia-a-dia, porque agora eles não vão conseguir. Agora só querem viver das suas memórias como se já fossem muito velhos e o mundo já não tivesse nada de bom para lhes ensinar. Eles abrem os jornais e acham que está tudo mal no mundo inteiro, que isto vai ser sempre igual, dia após dia, ano após ano, ou então que isto está tudo cada vez pior, como os velhinhos. Se alguém lhes perguntar alguma coisa eles vão demorar a responder ou então não respondem porque estavam distraídos e não ouviram. Não lhes apetece trabalhar, não lhes apetece conversar com outras pessoas, não lhes apetece ouvir música, não lhes apetece comer nem beber e dormir é difícil porque estão cheios de insónias. Acordam a meio da noite e pensam que o cão da vizinha devia morrer ou que a própria vizinha, a dona do cão, devia morrer, ou que todos os inquilinos do prédio deviam morrer. E no fundo os macaquinhos até são bonzinhos, estão é numa fase má. Por isso deve dar-se-lhes espaço e tempo para eles remexerem nos baús todos porque eu sei que eles mais dia menos dia hão-de fartar-se. Até lá talvez alguém possa ter alguma ideia. Vamos esperar.
1 de setembro de 2008
A normalidade é um mito
"Ora bolas, a nossa história de amor é mesmo especial! Nada convencional, admito, mas há alguma coisa que seja convencional? Basta levantar a tampa de qualquer vida e o que se vê a borbulhar é estranheza; por trás de cada porta só há idiossincrasias e bizarrias. A normalidade é um mito. Os seres humanos não são normais. Somos uma raça esquisita, essa é que é a verdade: apanhada, chanfrada."
Subscrever:
Mensagens (Atom)